Uma meta-análise publicada na Frontiers in Pharmacology (2025) reforça o papel da pregabalina como uma alternativa eficaz e segura no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG). A revisão analisou 14 ensaios clínicos randomizados com um total de 4.822 adultos, comparando pregabalina com placebo, benzodiazepínicos, ISRS e IRSN.
Desfechos de Eficácia
A pregabalina mostrou superioridade significativa em relação ao placebo na redução dos sintomas de ansiedade, com melhorias observadas nas escalas HAM-A e CGI-I em todas as faixas de tempo (2 semanas até 1 ano). A taxa de resposta clínica foi maior no grupo da pregabalina (OR 1,51; IC 95% 1,32–1,72).
Doses acima de 300 mg/dia foram associadas aos maiores benefícios. Comparativamente, pregabalina demonstrou eficácia semelhante ou superior a benzodiazepínicos e antidepressivos de uso comum (ISRS/IRSN), especialmente nos primeiros meses de tratamento.
Segurança e tolerabilidade
A pregabalina teve um perfil de segurança favorável, com menor incidência de insônia, náusea e disfunção sexual do que os ISRS/IRSN. A taxa de descontinuação foi significativamente mais baixa com pregabalina do que com placebo (OR 0,80), indicando melhor tolerabilidade.
Análise de custo-efetividade
Embora o custo direto da pregabalina seja superior ao de alternativas mais antigas, a análise demonstrou que ela gera um ganho superior em anos de vida ajustados por qualidade (QALY), tornando-se uma opção custo-efetiva no longo prazo.
Limitações
Os autores destacam limitações metodológicas nos estudos incluídos, como risco de viés, heterogeneidade clínica e ausência de dados de longo prazo em alguns casos. Ainda assim, os achados sustentam a inclusão da pregabalina como uma possível opção de primeira linha, especialmente para pacientes com má resposta ou intolerância aos antidepressivos convencionais.
Referência
Cardoner N, et al. Does pregabalin offer potential as a first-line therapy for generalized anxiety disorder? A meta-analysis of efficacy, safety, and cost-effectiveness. Front Pharmacol. 2025;16:1483770. doi: 10.3389/fphar.2025.1483770