Medicamentos orais menos eficazes que insulina na prevenção de bebês grandes em estudo sobre diabetes gestacional

Um estudo recente publicado no JAMA revelou que medicamentos orais para redução da glicose são menos eficazes que a insulina na prevenção de bebês grandes para a idade gestacional (GIG) em mulheres com diabetes gestacional[1][3]. A pesquisa, conduzida em 25 centros nos Países Baixos, comparou uma estratégia de tratamento usando agentes orais (metformina e gliburida) com a terapia padrão de insulina.

Contexto do estudo

O diabetes gestacional é uma condição que afeta muitas gestantes, podendo resultar em complicações para a mãe e o bebê. Tradicionalmente, a insulina tem sido o tratamento farmacológico primário quando as medidas dietéticas falham[1]. Nas últimas duas décadas, agentes orais como metformina e gliburida ganharam atenção como alternativas mais fáceis de administrar e com melhor aceitação pelos pacientes[3].

Metodologia e resultados

O estudo randomizado e aberto envolveu 820 participantes com gravidez única entre 16 e 34 semanas de gestação. Os resultados mostraram que:

– 23,9% dos bebês no grupo de medicamentos orais eram GIG, comparado a 19,9% no grupo da insulina[1].

– A diferença de risco absoluto de 4,0% não atingiu os critérios de não-inferioridade (P=0,09)[3].

– O grupo de medicamentos orais apresentou significativamente mais hipoglicemia materna (20,9% vs 10,9%)[1].

Implicações e conclusões

Embora os medicamentos orais não tenham se mostrado não-inferiores à insulina, eles apresentaram algumas vantagens:

– 79% das participantes no grupo de medicamentos orais mantiveram o controle glicêmico sem necessidade de insulina[1].

– A satisfação do paciente foi comparável entre os grupos, com participantes do grupo de medicamentos orais recomendando mais frequentemente seu tratamento[3].

No entanto, o estudo também revelou algumas preocupações:

– Efeitos adversos, como náusea e diarreia, foram mais comuns no grupo de medicamentos orais[1].

– A terapia intravenosa com glicose neonatal foi mais frequente no grupo de medicamentos orais (6,4% vs 3,2%)[3].

Perspectivas futuras

Este estudo contribui significativamente para o debate sobre o tratamento do diabetes gestacional. Enquanto os medicamentos orais oferecem vantagens em termos de facilidade de administração e aceitação do paciente, sua eficácia na prevenção de bebês GIG não se mostrou equivalente à insulina[1][3].

Pesquisas adicionais são necessárias para determinar a estratégia de tratamento ideal, equilibrando eficácia, segurança, custo e satisfação do paciente. Além disso, estudos de longo prazo sobre a segurança dos medicamentos orais para os fetos expostos no ambiente intrauterino são cruciais[3].

Referências

1. JAMA. (2025). Oral medications less effective than insulin for preventing large babies in gestational diabetes study.

2. Metformina frente a Diabetes Gestacional: existe eficácia? (2023). Semantic Scholar.

3. A Metformina como opção terapêutica no diabetes mellitus gestacional: uma revisão de literatura. (2024). Semantic Scholar.