O artigo “Will AI Replace Healthcare Workers? No, But It Will Turn Them Into Tech Workers” discute como a inteligência artificial (IA) está transformando o setor de saúde, não substituindo profissionais, mas mudando profundamente suas funções e exigindo novas competências tecnológicas.
Transformação das Funções, Não Substituição
A IA não vai eliminar empregos na saúde, mas está mudando o perfil das funções. Médicos, enfermeiros e outros profissionais continuarão essenciais, especialmente por habilidades humanas como empatia, julgamento clínico e o contato direto com pacientes.
Tarefas repetitivas e administrativas, como preenchimento de formulários e transcrição de consultas, estão sendo automatizadas. Isso libera tempo dos profissionais para atividades mais complexas e centradas no paciente.
Novas Competências e Educação
O avanço da IA exige que profissionais de saúde adquiram novas habilidades tecnológicas, tornando-se, em parte, “trabalhadores de tecnologia”. Isso demanda uma transformação nos modelos de educação e treinamento, preparando-os para lidar com sistemas digitais, análise de dados e colaboração com equipes técnicas.
Surgem novos cargos, como cientistas de dados em saúde, engenheiros de machine learning e especialistas em IA clínica, além do surgimento de equipes multidisciplinares para implementar e supervisionar soluções de IA.
Impacto no Bem-Estar dos Profissionais
A automação de tarefas burocráticas pode ajudar a reduzir o burnout, um dos maiores desafios atuais na saúde. Com menos tempo gasto em atividades administrativas, médicos e enfermeiros podem se concentrar mais no cuidado direto ao paciente, aumentando a satisfação profissional e a qualidade do atendimento.
Criação de Novos Papéis
A IA está criando oportunidades para funções inéditas na saúde, como estrategistas digitais, especialistas em integração de IA e profissionais focados em governança e ética da tecnologia aplicada à saúde.
Conclusão
O setor de saúde não será dominado por máquinas, mas por profissionais que saibam usar a tecnologia a seu favor. O maior risco para os trabalhadores da saúde não é a IA em si, mas sim não se adaptarem a esse novo cenário digital.
Em suma, a IA está redesenhando o trabalho na saúde, exigindo atualização constante e integração entre competências humanas e tecnológicas, mas sem eliminar a necessidade do fator humano no cuidado ao paciente.
Referência
Autor: Dr Marcelo Tavares – Cardiologista e Ecocardiografista
CRM Nº 9932 | RQE Nº 5331 (Ecocardiografia) | RQE Nº 5330 (Cardiologia)
Pós-doutor em cardiologia pelo Incor/USP, Dr. Marcelo é professor de semiologia na UFPB e editor-chefe da Cardiovascular Imaging.
Membro do Advisory Board Médico DrHub