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09/05/2022A JAMA Cardiology publicou esse estudo de coorte que foi realizado com mais de 23 milhões de pessoas residentes em 4 países nórdicos vacinadas contra a COVID-19. O objetivo foi avaliar se a administração de vacina de RNA mensageiro está associada a um risco maior de miocardite ou pericardite em relação com outras vacinas e pacientes não vacinados. Os autores concluíram que o risco de miocardite é maior após a administração de vacina de RNAm com maior incidência após a segunda dose. Esse risco deve ser balanceado com os benefícios da prevenção da COVID-19.
IMPORTÂNCIA
Após a vacinação com RNA mensageiro (mRNA) de SARS-CoV-2, surgiram relatos de miocardite.
OBJETIVO
Avaliar os riscos de miocardite e pericardite após a vacinação contra SARS-CoV-2 por vacina, número da dose, sexo e idade.
MÉTODO
Quatro estudos de coorte foram conduzidos de acordo com um protocolo comum, e os resultados foram combinados usando meta-análise. Os participantes foram 23.122.522 residentes com 12 anos ou mais. Eles foram acompanhados a partir de 27 de dezembro de 2020, até o desfecho de miocardite ou pericardite, censura ou término do estudo (5 de outubro de 2021). Dados sobre vacinas contra SARS-CoV-2, diagnósticos hospitalares de miocardite ou pericardite e covariáveis dos participantes foram obtidos de registros de saúde nacionais vinculados na Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia. Os pacientes foram acompanhados por um período de 28 dias após a data de administração da primeira e segunda doses de uma vacina SARS-CoV-2, incluindo BNT162b2, mRNA-1273 e AZD1222 ou suas combinações. Um esquema homólogo foi definido como receber o mesmo tipo de vacina para as doses 1 e 2. O desfecho primário foi definido a partir da data da primeira internação hospitalar com base no diagnóstico de miocardite ou pericardite a partir de 27 de dezembro de 2020. O desfecho secundário foi miocardite ou pericardite tanto de pacientes internados quanto ambulatoriais. A regressão de Poisson produziu razões de taxas de incidência ajustadas (RTI) e taxas dos eventos com ICs de 95%, comparando taxas de miocardite ou pericardite no período de 28 dias após a vacinação com taxas entre indivíduos não vacinados.
RESULTADOS
Resultados: entre 23.122.522 residentes nórdicos (81% vacinados no final do estudo; 50,2% de mulheres), foram identificados 1.077 casos de miocardite e 1.149 eventos de pericardite. Dentro do período de 28 dias, para homens e mulheres com 12 anos ou mais que receberam um esquema homólogo, a segunda dose foi associada a um maior risco de miocardite, com RTIs ajustadas de 1,75 (IC 95%, 1,43-2,14) para BNT162b2 e 6,57 (95% CI, 4,64-9,28) para mRNA-1273. Entre os homens de 16 a 24 anos de idade, as RTIs ajustadas foram 5,31 (IC 95%, 3,68-7,68) para uma segunda dose de BNT162b2 e 13,83 (IC 95%, 8,08-23,68) para uma segunda dose de mRNA-1273, e números de eventos foram 5,55 (95% CI, 3,70-7,39) por 100.000 vacinados após a segunda dose de BNT162b2 e 18,39 (9,05-27,72) eventos por 100.000 vacinados após a segunda dose de mRNA-1273. As estimativas para pericardite foram semelhantes.
CONCLUSÕES
Os resultados deste grande estudo de coorte indicaram que tanto a primeira quanto a segunda dose de vacinas de mRNA foram associadas ao aumento do risco de miocardite e pericardite. Para os indivíduos que receberam 2 doses da mesma vacina, o risco de miocardite foi maior entre homens jovens (16-24 anos) após a segunda dose. Esses achados são compatíveis com valores entre 4 e 7 eventos em 28 dias por 100.000 vacinados após BNT162b2, e entre 9 e 28 eventos por 100.000 vacinados após mRNA-1273. Esse risco deve ser balanceado com os benefícios da proteção contra a doença grave de COVID-19.
O artigo e resumo foram originalmente publicados em: https://jamanetwork.com/journals/jamacardiology/fullarticle/2791253
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