Riscos e dilemas éticos da inteligência artificial na saúde | DoctorHub
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Entenda as questões envolvidas no uso da inteligência artificial para facilitar e aprimorar processos na área da saúde.

RESUMO

A inteligência artificial é uma tecnologia de múltiplas aplicações, capaz de analisar uma massa infindável de dados e aprender com eles. O nosso cotidiano já conta com soluções inovadoras baseadas em IA – ajudam, inclusive, nos aplicativos de trânsito quando escolhemos a melhor rota, na personalização de buscas pela internet, no monitoramento do mercado de ações, no cuidado com a nossa saúde, nas compras online e muito mais.

E como acontece em outros setores, a medicina também se tornou uma atividade humana que se beneficia da inteligência artificial ao longo dos anos. A acuracidade em diagnósticos, por exemplo, é resultado daquilo que chamamos de equação básica da IA, que consiste na soma de big data, modelos de dados eficientes e computação em nuvem para ter como solução as máquinas inteligentes.

A Inteligência Artificial já impacta a rotina de profissionais da saúde, pois é utilizada para ajudá-los na identificação dos achados clínicos e seleção de melhores tratamento. Ainda, auxilia o profissional a priorizar as filas de atendimento e alertar sobre casos que exigem atenção, como prever demandas no uso de medicamentos ou leitos.

Além disso, é fundamental na medicina baseada em evidência ao analisar os dados clínicos que humanos não conseguem processar.

A inteligência artificial e o coronavírus 

Uma pesquisa da Gartner, realizada um pouco antes da pandemia se instalar em todo o mundo, concluiu que 80% dos colaboradores de diferentes empresas não estavam prontos para a transformação digital em seus setores e suas carreiras.

Mas então o novo coronavírus chegou, se instalou e automaticamente mudou os hábitos, principalmente a transformação digital, que foi acelerada. A migração de dados para a computação em nuvem se mostrou ser ainda mais complexa, além do desafio de atender a maior exigência dos clientes.

Na saúde, as aplicações diretas envolveram cenários de atendimento (ajudar a atribuir pontuações de risco aos pacientes em relação ao prognóstico e melhorar as decisões sobre os cuidados médicos), de planejamento de curto prazo (organizar equipe e recursos para o atendimento), de avaliação de políticas públicas e ações macrorregionais de longo prazo (aplicações de modelos epidemiológicos e simulações).

Entretanto, as questões éticas estão em pauta quanto à inteligência artificial. Seja relacionada à robótica ou às interações sociais e os processos decisórios, os algoritmos de IA, apesar de acumularem diversos benefícios, têm necessidade de transparência e podem comprometer a privacidade.

Riscos e dilemas éticos 

Outra área que focou cada vez mais na IA e no poder de machine learning (ML), nos últimos 20 anos, foi a de segurança, com o objetivo de obter benefícios tecnológicos. Porém, esses avanços fizeram com que os profissionais de segurança enfrentassem um número proporcional de riscos e dilemas éticos nessa caminhada, visando os dados pessoais.

Para mitigar esse processo, quatro pontos são importantes. O primeiro são os datasets (ou conjuntos de dados) – o principal insumo dos processos de análise de dados –, que precisam ser de qualidade e validados, para que seja possível treinar o algoritmo de forma adequada. Testar uma forma de anonimizar para atender o que está na legislação e evitar o vazamento dos dados dos pacientes.

O próximo passo seria entender como homologar esses algoritmos, e também como implementá-lo na prática médica e administrativa – com o objetivo de diminuir os erros e aumentar a proatividade. E para além disso, ensinar quem vai trabalhar com essa tecnologia, capacitar a equipe médica para que passe confiança e segurança ao paciente e consiga exercer a sua função da melhor maneira.

Não resta a menor dúvida do quanto a inteligência artificial é promissora em diversos segmentos, assim como na saúde. E por isso é importante sempre entendermos esses riscos e dilemas éticos!

Marco Bego, Executive Director Chief Innovation Office

Este conteúdo foi originalmente publicado em: https://inovahc.hc.fm.usp.br/riscos-e-dilemas-eticos-da-inteligencia-artificial-na-saude/

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