O cenário de desenvolvimento de fármacos para a Doença de Alzheimer (DA) apresenta crescimento expressivo em 2025: são 138 agentes em estudo, distribuídos em 182 ensaios clínicos ativos, representando aumento em relação ao ano anterior.
Perfil dos Tratamentos em Investigação
- 74% dos fármacos são terapias direcionadas à doença (DTTs), buscando modificar a fisiopatologia da DA.
- Desses, 59% são pequenas moléculas e 41% biológicos (anticorpos monoclonais, vacinas, oligonucleotídeos).
- 14% focam em cognição.
- 11% visam sintomas neuropsiquiátricos como agitação, apatia e psicose.
Diversidade de Alvos Terapêuticos
Os agentes cobrem 15 categorias da ontologia CADRO, incluindo:
- Neurotransmissores (22%)
- Amiloide-β (18%)
- Inflamação/neuroimunidade (17%)
- Tau (11%)
- Sinapse, metabolismo, vasculatura e até eixo intestino-cérebro.
Reaproveitamento em Alta
Cerca de 33% dos medicamentos são reposicionados de outras indicações, com destaque para:
- DTTs com moléculas orais reaproveitadas (43%)
- Drogas para sintomas neuropsiquiátricos (53%)
Importância dos Biomarcadores
- 57% dos ensaios usam biomarcadores como critério de elegibilidade.
- 27% os incluem como desfecho primário, com destaque para PET-amiloide, p-tau plasmático e NfL.
- Sangue começa a substituir LCR e PET em vários estudos de Fase 2 e 3.
Distribuição e Desafios Logísticos
- 50.000 pacientes são necessários para preencher os estudos.
- A maioria dos ensaios de Fase 3 ocorre globalmente (73% com sites dentro e fora da América do Norte).
- Recrutamento e diversidade populacional ainda são gargalos.
Estudos em Andamento com Conclusão Prevista para 2025
Incluem compostos promissores como:
- Xanomelina + trospium, nabilona, semaglutida, simufilam e piromelatina (Fase 3)
- 29 estudos de Fase 2, com alvos variados.
Implicação Clínica
O avanço do pipeline reforça o início de uma nova era no tratamento da DA, com estratégias que vão além da remoção de amiloide, abrangendo neuroinflamação, metabolismo e sintomas comportamentais. O aumento no uso de biomarcadores plasmáticos e o reposicionamento de fármacos aceleram o ritmo de inovação. A expectativa é de que resultados relevantes em 2025 tragam opções mais diversificadas e acessíveis ao arsenal terapêutico.
Referência
Cummings JL, Zhou Y, Lee G, Zhong K, Fonseca J, Leisgang-Osse AM, Cheng F. Alzheimer’s disease drug development pipeline: 2025. Alzheimers Dement (N Y). 2025 Jun 3;11(2):e70098. doi: 10.1002/trc2.70098.
