Os Distúrbios Neurológicos Funcionais (FND) representam hoje até 16% dos diagnósticos ambulatoriais neurológicos em alguns centros terciários. No entanto, muitos profissionais ainda os tratam como um “diagnóstico de exclusão” — abordagem que está sendo totalmente reformulada.
🧠 O novo paradigma:
- O diagnóstico de FND deve ser feito ativamente, com base em sinais clínicos positivos (ex.: inconsciência motora inconsistente, variabilidade nos sintomas, dissociação perceptiva).
- As diretrizes de 2023 da JAMA Neurology reforçam que o diagnóstico deve ser explicado ao paciente com clareza, como condição legítima de disfunção neurológica funcional — não “psicossomática” ou simulada.
- Tratamentos com reabilitação física, terapia cognitivo-comportamental e abordagem integrativa são os que demonstram melhor eficácia.
💬 O papel do neurologista:
Validar o diagnóstico, evitar a hipermedicalização, e ser protagonista no engajamento terapêutico. O prognóstico melhora significativamente quando o paciente compreende e aceita o diagnóstico.
Referência:
Espay AJ, Aybek S, Carson A, et al. Current concepts in diagnosis and treatment of functional neurological disorders. JAMA Neurol. 2023;80(3):232–240. doi:10.1001/jamaneurol.2022.5003