Estudo pioneiro revela que o trauma pode deixar marcas no DNA por gerações – DrHub

Estudo pioneiro revela que o trauma pode deixar marcas no DNA por gerações

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Um estudo inovador revelou evidências de que a exposição à violência pode gerar alterações epigenéticas hereditárias, impactando gerações futuras. Publicado na revista Nature Scientific Reports, a pesquisa analisou a metilação do DNA em três gerações de refugiados sírios, identificando assinaturas epigenéticas associadas à exposição à violência.

Metodologia e descobertas

O estudo, conduzido por pesquisadores da University of Florida, da Universidade Hashemite (Jordânia) e do Departamento de Serviços Sociais de Baltimore (EUA), coletou amostras de swab bucal de 131 participantes pertencentes a 48 famílias refugiadas. Os grupos analisados incluíam indivíduos expostos à violência do massacre de Hama, em 1980, aos conflitos armados de 2011 na Síria e um grupo de controle.

Os cientistas identificaram 14 regiões do DNA diferencialmente metiladas relacionadas à exposição da linhagem germinativa e 21 ligadas à exposição direta à violência. Além disso, verificaram que crianças expostas ao estresse pré-natal apresentavam uma aceleração na idade epigenética, o que pode estar relacionado a efeitos prejudiciais à saúde ao longo da vida.

Implicações para a sociedade

Os resultados sugerem que os efeitos do trauma podem ser transmitidos através de gerações por meio de mecanismos epigenéticos, contribuindo para ciclos intergeracionais de violência, abuso e pobreza. De acordo com a coautora do estudo, Dra. Connie Mulligan, “essa assinatura epigenética pode ajudar a entender melhor a perpetuação da violência não apenas entre refugiados, mas também em outros contextos, como a violência doméstica e a violência armada”.

Limitações e perspectivas futuras

O estudo utilizou amostras bucais, em vez de sanguíneas, visando minimizar a invasividade da coleta. Embora haja evidências de que essas amostras sejam relevantes para estudos epigenéticos, outros fatores, como modificações de histonas e RNAs não codificantes, também podem desempenhar um papel na transmissão intergeracional do trauma. Futuras pesquisas podem expandir a investigação para outros grupos populacionais e explorar intervenções para mitigar os efeitos desses traumas hereditários.

Referência

Mulligan CJ, Quinn EB, Dajani R. Intergenerational epigenetic effects of war-related trauma in Syrian refugee families. Sci Rep. 2025;15(3):1023. Disponível em: https://portugues.medscape.com/verartigo/6512422

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